Aparecida Santana (62 kg), dentro de suas limitações técnicas, demonstrou grande obediência tática, ouvindo e executando o que pedia o técnico Vander Valverde, aliás, um excelente técnico. Ela venceu uma polonesa facilmente e uma grega com mais dificuldade. Mas quando pegou a chinesa Hua Zhang (5ª do mundo), não havia o que fazer. Os maiores méritos dessa competição cabem a Débora Nunes (73 kg), que lutou na categoria de cima e não se intimidou. Derrotou uma eslovena e uma alemã, para, em seguida, ganhar a medalha de ouro em cima da chinesa Yingying Han, campeã do mundo de 2009 e 5ª no ranking mundial. Já Hellorayne Paiva (+73 kg), enfrentou de cara a francesa Gwladys Epangue, bi campeã mundial, mas não fez feio. Tem que trabalhar para evoluir, mas tem um grande treinador ao lado para ajudá-la, Frederico Mittoka, da BTT de Piracicaba.
Kátia Arakaki (46 kg), apesar do talento e de uma bela técnica, tem como adversárias no circuito internacional atletas excepcionais. Nesses Jogos ela foi bronze em uma chave com seis competidoras. Dentre elas, duas conhecidas do cenário internacional, Ivette Gonda (CAN) e Zhaoyi Li (CHN), campeã e vice, respectivamente. Kátia conquistou a medalha vencendo a alemã Sumeyye Manz. A brasileira está muito bem. Mas precisa trabalhar mais a velocidade.
Marcel (63 kg) pegou um iraniano que sabia explorar muito bem o colete eletrônico. Os pontos feitos pelo iraniano eram imperceptíveis. Mesmo aplicando dois tui tchaguis fortes, Marcel não conseguiu pontuar. Ele foi para o golden point e deixou a lateral esquerda desguarnecida de bloqueio e recebeu um bandal de direita. Não seguiu na busca do Bronze, porque o iraniano perdeu em seguida. Rafael Cruz (74 kg) perdeu para o atletas da seleção principal da França, Mokdad Ounis. O francês tem sua força na perna esquerda, mas possui limitações. Porém, Rafael não conseguiu vencê-lo. André Bilia (80 kg), caiu frente ao chinês Guo Zhu (25º do ranking), logo na primeira luta e não pode seguir em frente. Douglas Marcelino (87 kg) também caiu frente a um iraniano, curiosamente o 123ª do ranking mundial. Já Leonardo Santos (+87 kg), mesmo fora de forma, mostrou que, em alguns momentos é preciso raça e mais raça. Voltando de uma lesão no joelho, venceu na semifinal o coreano e quase apagou o iraniano com um tolho tchagui de direita no queixo a 30 segundos do final.
Márcio Wenceslau (58 kg) foi perfeito. É um grande atleta. Surpreendente. Diria somente que precisa trabalhar a ansiedade quando está vencendo uma luta difícil. Nessas horas, Márcio sempre busca travar o combate para o tempo passar, o que o faz receber muitas advertências. Nesta competição, seria Ouro, se não fosse prejudicado pela arbitragem. Estava muito bem, poderia ter detonado o coreano se a estratégia tática fosse diferente. Foi dono do melhor nocaute da competição.
Fonte: Taekwondo Opinião
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