Um dos fatos mais polêmicos no uso do PSS foi o da atleta Yang
Shu-chun durante os 16º Jogos Asiáticos em 2010, que usou uma meia, apesar de
ser do mesmo fabricante, mas era do modelo antigo, que tinha mais sensores do
que o então modelo em uso na época. Assim como outras polêmicas levantadas em
relação ao sistema usado, LaJust, interferência de sinal por aparelhos
celulares, entre outros.
O atual sistema oficial, o PSS da Daedo, também já passou por
melhorias, uma delas foi a mudança da meia (leia aqui).
"Certo dia, voltando do treino, cheguei em casa e desfiz a
mochila, pedi para minha mãe pendurar minhas meias para secar, ela estava na
cozinha de casa e joguei para ela, uma delas voou e parou na porta da geladeira!
Ficou grudada lá!", disse uma atleta e foi assim que começou a nossa
investigação, "Liguei para o Mestre na hora: Mestre a meia grudou na geladeira!
O Mestre respondeu: Como assim? Grudou?" Fomos informados e fizemos o teste,
sim, a meia grudou na geladeira. No mesmo instante um dos nossos amigos disse
que era um ímã! Um ímã? Ficamos cheio de dúvidas e decidimos desmontar uma meia.
Quando desmontamos encontramos um tipo de EVA fino e macio dobrado e colado,
cuidadosamente abrimos este EVA e encontramos o ímã! Sim, o sensor de marcação
da meia é um simples ímã com aproximadamente 1cm de diâmetro.
Então começamos os testes, compramos mais ímãs, de diversos
tamanhos e colocamos na meia. Quanto maior o ímã, mais fácil o ponto vai entrar?
Preciso da mesma força? Só encostar no colete para o ponto ser marcado? Enfim,
começamos a organizar uma série de questões para o nosso teste (ainda estamos
testando as inúmeras possibilidades). Mas o que percebemos, obviamente, quanto
maior quantidade de ímãs, maior a área de contato com o colete tornando mais
fácil a marcação do ponto. Substituímos os ímãs por ímãs de maior tamanho,
mantendo a quantidade de ímãs, percebemos também que facilita a marcação dos
pontos.
Fizemos outro teste, colocamos estas pastilhas de ímã sob o
elástico da meia e da caneleira, também deu certo, o ponto entrou! Outro teste
mais interessante, colocamos um ímã bem maior e mais forte na palma da mão, sob
a luva protetora, pressionamos contra o colete, simulando um clinche e com a
outra mão, sem luva, desferimos um soco, em algumas tentativas o ponto foi
marcado.
O regulamento de competição da WTF prevê punição quanto a
manipulação da meia e sensores, porém como identificar essa manipulação? Em
alguns campeonatos abertos internacionais que participamos, durante a inspeção é
passado o detector de metais, isso identificaria por exemplo a presença de ímãs
extras na caneleira e em outras partes do corpo, porém, e se o ímã foi
substituído por um maior ou então foram colocados mais ímãs na meia? Um medidor
de intensidade do magnetismo seria a solução? Meias novas e lacradas (ou
marcadas com alguma marca especial) entregues aos competidores no dia da
competição? Podemos pensar em várias soluções ou procedimentos para evitar a
manipulação.
Ímãs de NdFeB ou
Neodímio
Esta é uma das lacunas que encontramos no atual sistema PSS
oficial, porém preferimos acreditar no fairplay por parte de todos os
envolvidos nas competições.
Nenhum comentário:
Postar um comentário