segunda-feira, 25 de julho de 2011

Leandro Guilheiro pede continuidade e ampliação do projeto esportivo militar

Leandro Guilheiro com a medalha de ouro nos Jogos Militares (Foto: Ag. Estado)


Por Globo Esporte

Vice-campeão mundial, duas vezes medalhista olímpico e campeão mundial júnior, o judoca Leandro Guilheiro foi um dos atletas de alto nível a receber patrocínio do Exército para se formar sargento e competir nos Jogos Mundiais Militares. Missão cumprida após a conquista de duas medalhas de ouro inéditas - por equipe e individual - o paulista espera que o projeto de apoio das Forças Armadas ao esporte continue e cresça nos próximos anos.

Guilheiro elogiou o projeto militar e descartou que os atletas seriam apenas "oficiais de aluguel". O paulista contou que alguns dos judocas já pensam em seguir carreira e sugeriu que o apoio das Forças Armadas ao esporte de alto rendimento se torne permanente, a exemplo de países como Itália, Rússia e China - atualmente, o vínculo com os atletas no Brasil tem duração máxima de oito anos.

- É um passo. A gente pode pensar como uma contratação para defender o Brasil. Eu prefiro encarar como o início de uma política pública pro esporte. Talvez seja esse o principal legado, que fique nas Forças Armadas a cultura de incorporar e talvez reaproveitar esses atletas numa futura carreira militar. O Alex Pombo, que está subindo pra leve e fez instrução militar junto comigo, se encantou tanto pela vida militar que vai fazer escola de sargento. Tivemos uma receptividade muito boa dentro das Forças, até de oficiais de carreira. Acho que isso tende a continuar até depois de 2016 - afirmou Guilheiro.

O judoca paulista reconheceu ainda que o treinamento militar ajudou a iniciar sua excelente fase. Ele foi admitido em novembro de 2009, pouco depois de conquistar a medalha de prata no Mundial de Roterdã. Ali, Guilheiro decidiu subir da categoria até 73kg para a de 81kg; desde então, tornou-se o segundo melhor do ranking mundial e se aproximou de sua terceira participação olímpica, em Londres-2012. Neste ano, esteve em cinco competições e levou medalhas em todas, incluindo quatro finais e três ouros. Segundo o atleta, o bom momento se deve a um melhor entendimento de seus próprios limites.

- Hoje sou um pouco mais relaxado no meu dia a dia e acabo focando no momento certo, da competição e do treino. Talvez esse seja meu diferencial hoje, sou muito mais profissional e linear agora, levo minha vida de atleta de uma forma mais coesa, cuido mais do meu corpo. Às vezes ultrapassava meu limite nos treinos. Entro no tatame sabendo que fiz tudo que podia fazer da melhor forma possível e talvez isso me dê essa tranquilidade - explicou.

Parte dessa linearidade inclui planejar-se uma etapa de cada vez, e o próximo alvo do brasileiro é claro: o Campeonato Mundial de Paris, em agosto. Pensar em Olimpíadas, só no ano que vem.

- Campeonato Mundial é algo que me motiva desde garoto. É uma medalha de ouro que ainda não tenho. Fiz a final no ano passado, fui campeão mundial júnior, agora sou campeão mundial militar. (Esse título) é o que está na minha mira. Eu me via hoje nos Jogos Mundiais Militares, agora já posso pensar no Mundial de Paris. Londres é só daqui a um ano, deixa ela quietinha lá - disse.


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