quarta-feira, 14 de março de 2012

Pesquisa avalia os efeitos da luta no corpo do atleta

 


Fonte: Globo e Bang

Todo atleta que se preze sabe que um treinamento específico antes da competição é essencial para um bom desempenho. Pensando nisso, nos grandes torneios internacionais que se aproximam, e no crescimento do MMA (Mixed Martial Arts), Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFF, coordena um projeto que pretende estabelecer parâmetros fisiológicos para o treinamento de artes marciais.
Funciona assim: a partir de testes físicos, com atletas de 18 a 30 anos, o projeto pretende encontrar um protocolo de avaliação do consumo de oxigênio durante a luta. Para isso, além dos testes já realizados (esteira e histórico pessoal), o atleta simula um combate real, enquanto um aparelho instalado em suas costas avalia o gasto de oxigênio e a produção de gás carbônico.
Inicialmente, dez atletas de tae kwon do participaram e, até o fim do ano, mais 20 desportistas serão recrutados, porém, de outras modalidades, como judô e boxe.
— Não há estudos específicos sobre as lutas para estabelecer parâmetros de avaliação aeróbica — explica o pesquisador. — A intenção é personalizar o treinamento. Por isso o desenvolvimento desse protocolo é tão importante. É a partir dele que podemos destacar o melhor e o pior de um atleta e desenvolver suas aptidões em treinamentos individuais — explica Nóbrega.
O professor esclarece que testes com golpes específicos são muito mais eficientes do que os feitos na esteira.
— O consumo de oxigênio no é muito maior — diz.
A primeira fase do projeto está em fase de avaliação, mas alguns resultados já foram observados pela equipe.
— Por exemplo, há diferenças na velocidade de recuperação do oxigênio entre os rounds. Se a recuperação não é rápida, pode ser que a base de exercícios aeróbicos precise de algumas mudanças — diz o mestrando Gabriel Espinosa, que também acompanha os testes.
As avaliações continuam até o final do ano. Nóbrega, que é médico especialista em medicina do esporte e cardiologia, lembra que a medicina avançou quando começou a embasar suas decisões em experiências científicas.
— É importante ressaltar que nós não queremos substituir o treinador, mas fornecer embasamento científico para que ele possa aprimorar o seu treino. É aplicar a experiência científica à pessoal — explica.
Após a conclusão do projeto, a ideia é apresentá-lo para as entidades competentes de esporte do país, deixando assim um legado científico para os Jogos Olímpicos e o Pan-Americano. Além disso, a fase inicial será apresentada no Congresso Americano de Medicina do Esporte, em maio, na Califórnia.

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