quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O atleta Guilherme Feliz diz:"Nossos adversários já se familiarizaram com o sistema eletrônico"



O site do TaeKwonDoNews traz uma entrevista exclusiva com o atleta Guilherme Felix, medalhista de prata e único representante da América à chegar em uma final no Universíade 2011.





TKDNEWS - Olá, Guilherme. Antes de mais nada, lhe parabenizar pela medalha obtida nos Jogos Mundiais Universitários. Um grande e importante evento. Como você avalia o mesmo?

GUILHERME - Primeiramente, muito obrigado. A Universíade sempre é um evento forte. Nesse ano, assisti atletas de renome e títulos mundiais, nem se quer medalharem, como os espanhóis Bonilla e Rosana Simon, além do iraniano Mohamed. Consegui pegar o primeiro combate mais tranquilo contra o atleta do Líbano, mas depois já começou a dificultar. Lutei com o atleta de Taipei, que estava em casa, além do filipino que ganhou do espanhol, o turco e o coreano. Na final, comecei cometendo alguns erros e acabei não conseguindo recuperar a desvantagem, mas é errando que se aprende.

TKDNEWS - Como foi a sua preparação para essa conquista?

GUILHERME - Já venho me preparando há um mês para esse evento. Chegar ao final e ver que irei levar uma medalha para casa, é muito gratificante. Fiz algumas viagens para treinos e sempre mantive o contato com meu treinador para sempre saber o que necessita ser melhorado e treinado, uma interação essencial para ter resultados. Até tive a oportunidade de me familiarizar um pouco mais com os protetores eletrônicos, mas ainda não é o suficiente já que nossos adversários internacionais já se familiarizaram há muito tempo com o sistema. Mas, felizmente, integro uma boa equipe, a BTTeam de Piracicaba, que me ajudou à superar essa dificuldade.




TKDNEWS - Então você acha que a falta de protetores eletrônicos nos treinos é um fator prejudicial?

GUILHERME - Isso pode até parecer clichê, porque muitos atletas já falaram isso. No evento, podia perceber aqueles que já estavam bastante familiarizado com os protetores. Um exemplo, seria a técnica de 'escora', o Mirôtchagui. Alguns países já adaptados, conseguiam fazer muitos pontos com essa técnica, enquanto tentei e não consegui fazer nenhum. A familiarização com a localização dos sensores, define a maneira que os chutes podem ser executados.

TKDNEWS - Como avalia o esporte universitário no Brasil?

GUILHERME - Está crescendo e ganhando cada vez mais respeito. Percebe-se que muitos atletas de diversas modalidades que participaram desta Universíade, integram as seleções olímpicas de seu país, além de colecionar importantes medalhas no cenário internacional. Além de dar oportunidade para atletas mais novos, como é o meu caso já que não integro ainda a seleção principal da minha modalidade mas tive a oportunidade de participar desse importante evento.

TKDNEWS - E o taekwondo brasileiro em geral?

GUILHERME - Ainda sou um atleta novo. Vejo que muitos falam que o nosso esporte já melhorou bastante, mas mesmo assim vejo algumas coisas ainda inaceitáveis. O Brasil é um país muito grande e não se há um investimento corretamente direcionado para as partes, sendo ainda um país para poucos. Integro uma equipe que tem uma verba própria para manter sua estrutura e atletas. Já conseguimos duas medalhas internacionais esse ano, mas mesmo assim não olham muito por nós.
Nós atletas também temos que zelar mais pelo nosso esporte, já que é para ele que nós vivemos.




TKDNEWS - Quais são os seus planos futuros?

GUILHERME - Agora é continuar trabalhando. Nesse evento, tive muitos erros que devem ser acertados, tenho que treinar muito. Ainda sou novo e tenho uma longa jornada pela frente. Não fiz nada e quero algum dia poder me consagrar entre os melhores. Tenho o objetivo de entrar na seleção principal e começar o caminho para os Jogos Olímpicos no Brasil.

TKDNEWS - Algo mais que deseja falar?

GUILHERME - Quero agradecer e dedicar essa medalha a minha mãe Rosi, minha irmã Vanessa, ao meu pai Márcio que está num lugar melhor do que o nosso hoje e toda a minha família que sempre está comigo, além de agradecer meu técnico Frederico Mitooka e toda a BTTeam de Piracicaba, que me aturam dia-a-dia e meus parceiros e amigos que torceram por mim. Sem esquecer da CBDU que novamente me deu essa oportunidade, além dos meus patrocinadores SELAM, UNIMEP, FRIOS PAULISTA, BIOTIPO e BIORITMO que me incentivam e acreditam no meu esporte.
Essa medalha é de todos nós, podem ter certeza. Muito obrigado.




Por :TKDNEWS

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