quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Feliz por vencer batalha contra lesões, Falavigna quer se divertir no Pan




font: ESPN


Atual vice-campeã pan-americana, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim-2008 e no Mundial de Copenhagen de 2009. O currículo acima credenciaria qualquer atleta a brigar por pódio no Pan-Americana de Guadalajara. Mas Natalia Falavigna é um caso à parte.

A principal atleta do taekwondo brasileiro vai ao México em uma nova fase de sua carreira. Uma lesão nos ligamentos do joelho direito no início de 2010 levou a paranaense de 27 anos a duas cirurgias, atrapalhou todos os seus planos e a fez perder o Mundial da Coréia, os Jogos Militares do Rio e o Pré-Olímpico do Azerbaijão.
“A recuperação realmente é difícil. Principalmente em esportes de luta, como judô, taekwondo. Nós somos totalmente dependentes de movimentos de rotação. Então, isso tornou a recuperação bastante séria. Eu sabendo que tinha que cuidar de cada momento, cada detalhe da recuperação, porque disso dependia minha volta em alto nível. Requer paciência. È uma recuperação em que você reaprende a caminhar, você reaprende a saltar, você reaprende a correr. Isso é uma coisa complicada para uma pessoa que de uma hora para outra fazia tudo”, conta, ao ESPN.com.br.

A recuperação de Natália foi positiva e ainda há tempo para conquistar até mesmo uma vaga nas Olimpíadas de Londres-2012. Em novembro, será disputada a seletiva do continente americano. Mas não é nisso que ela pensa. Suas metas, por enquanto, são mais simples.

“Meu objetivo no momento é voltar a competir e estar feliz ali dentro do dojan. Estar fazendo aquilo que eu mais gosto. Com treinamento, mais a base física, a base técnica, devo chegar bem melhor. Não olho as competições passadas. Não olho o que eu deixei de fazer. Pelo contrário. Tive que fazer duas vezes mais para estar de volta. Então, isso me coloca na mesma grandeza que esses atletas que disputaram esses campeonatos mundiais. Acho que um atleta cresce muito principalmente em um momento de lesão e foi isso que eu aproveitei. Já que tive que passar por esses momentos, aprender da melhor forma possível, levantar a cabeça e batalhar o máximo para que tivesse de volta.”

A volta às competições após a última operação aconteceu só no fim de agosto, um mês e meio antes do início do Pan. Apesar das dificuldades, ela conquistou a vaga a Guadalajara. Até lá, a brasileira fará preparação especial nos Estados Unidos. Pouco tempo para a maioria dos atletas. Mas não para Natália.

“A grande diferença é como você passa pelo processo. Passar por tudo isso se lamentando é uma coisa. Passar de cabeça erguida não faz com que as coisas se tornem mais fáceis, mas com certeza adianta metade do processo e faz com que você consiga superar essas dificuldades.”

“O Pan vai ser mais um torneio. Um torneio em que vou estar de volta. O que eu quero é estar bem, estar feliz e me divertir. Hoje aproveito cada treino que eu posso fazer nessa volta. Eu acordo com dor, mas acordo sorrindo. Estou muito feliz de poder fazer aquilo que gosto. Quero aproveitar e curtir ao máximo, porque já fiquei muito tempo longe e sei como é difícil.”

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